Prof. Msc. Alyson Bueno Francisco
Recentemente a discussão sobre o aumento da temperatura média global da troposfera ganha espaço nas Geociências e a Geografia desempenha papel fundamental nas questões sobre a variabilidade e as mudanças no clima. Em decorrência das transformações no ambiente, a ação humana pode afetar o clima na escala local, como ocorre na geração das ilhas de calor nas grandes e médias cidades pelas trocas de matéria e energia entre a atmosfera e as edificações e os impactos causados pela impermeabilização do solo com a formação de enchentes em períodos de chuvas concentradas em grandes cidades como São Paulo. Neste contexto, o clima na escala global não é influenciado diretamente pelas ações humanas no ambiente, mas pela intensidade da radiação solar, partículas sólidas emitidas na atmosfera em escala regional pelas erupções vulcânicas, alterações no campo magnético da Terra e alterações na dinâmica geológica do planeta (calor geotérmico, ex.) são exemplos de dinâmicas no balanço de energia na escala global que afetam a escala das variabilidades climáticas na escala do tempo geológico.
No entender de Carlos Augusto de Figueiredo Monteiro em Clima e Excepcionalismo, deve-se distinguir as mudanças no clima na escala geológica daquelas de curta duração que ocorrem num período de tempo perceptível na escala humana.
De acordo com Sant'Anna Neto e Nery (2000), a variabilidade climática do período Quaternário foi marcada por períodos glaciais em média com 100 mil anos cada, intercalados por períodos interglaciais de 20 mil anos em média. A última idade do gelo (Würm) terminou há 10 mil anos e a partir desta ocorreram dois períodos de 'ótimo' climático, um entre 5.500 e 2.500 a.C. e outro entre 200 e mil anos d.C. Entre 1550 e 1850 foi notada uma pequena idade do gelo no Hemisfério Norte.
A partir do início do séc. XX inúmeras estações meteorológicas passaram a registrar de forma contínua o monitoramento das condições meteorológicas, em diversas regiões do planeta, mas ocorre uma concentração do número de estações em áreas urbanizadas e estas ao sofrerem interferência do clima urbano podem induzir em médias globais que não representam todo os espaço, inclusive pela ausência de dados em inúmeras áreas rurais, de florestas intocadas ou até mesmo superfícies oceânicas.
Neste contexto, apesar da concentração de dióxido de carbono na atmosfera terrestre ter aumentado em aproximadamente 33% no últimos 150 anos (de 280 ppm em 1850 para 380 ppm em 2005), além da poluição gerada pelos demais gases do efeito estufa, a diminuição considerável de áreas verdes na superfície do palneta e o aumento das áreas urbanizadas, ainda está em discussão no meio acadêmico se as causas do aumento da temperatura média da troposfera são realmente decorrentes da ação humana.
Entretanto, precisa-se considerar o clima urbano em relação à qualidade de vida, visto que a maior parte das pessoas vivem nas cidades, pois o desconforto térmico gerado pela densidade de materiais de concreto e a falta de áreas verdes cujas estas favorecem a permanência da umidade nos espaços urbanos e pode amenizar os impactos causados na composição do ar pela concentração de gases da queima de combustíveis fósseis. Além do conforto térmico e qualidade de vida, outro canal de percepção é a qualidade do ar e os meteoros de impacto que podem resultar em enchentes, alagamentos e danos às infraestruturas pelo volume de precipitações em períodos de verão no clima tropical
Assim é fundamental a gestão urbana em prol de um planejamento das cidades apoiado na Geoinformação capaz de mapear o uso e ocupação do solo e os aspectos geomorfológicos do sítio urbano como ocorre nas regiões serranas do Brasil e elaboração de cartogramas de monitoramento das condições meteorológicas.
Além dos aspectos de alterações no clima urbano, as condições de degradação ambiental podem gerar mudanças locais e até regionais no campo, como podemos citar o processo de desertificação no semiárido nordestino brasileiro cuja redução da vegetação do bioma Caatinga favorece a redução da umidade retida no solo. Outro aspecto são os períodos de estiagem prolongada nas regiões Sul e Nordeste do país decorrentes da dinâmica do fenômeno Enos (Oscilação Sul).
REFERÊNCIAS
De acordo com Sant'Anna Neto e Nery (2000), a variabilidade climática do período Quaternário foi marcada por períodos glaciais em média com 100 mil anos cada, intercalados por períodos interglaciais de 20 mil anos em média. A última idade do gelo (Würm) terminou há 10 mil anos e a partir desta ocorreram dois períodos de 'ótimo' climático, um entre 5.500 e 2.500 a.C. e outro entre 200 e mil anos d.C. Entre 1550 e 1850 foi notada uma pequena idade do gelo no Hemisfério Norte.
A partir do início do séc. XX inúmeras estações meteorológicas passaram a registrar de forma contínua o monitoramento das condições meteorológicas, em diversas regiões do planeta, mas ocorre uma concentração do número de estações em áreas urbanizadas e estas ao sofrerem interferência do clima urbano podem induzir em médias globais que não representam todo os espaço, inclusive pela ausência de dados em inúmeras áreas rurais, de florestas intocadas ou até mesmo superfícies oceânicas.
Neste contexto, apesar da concentração de dióxido de carbono na atmosfera terrestre ter aumentado em aproximadamente 33% no últimos 150 anos (de 280 ppm em 1850 para 380 ppm em 2005), além da poluição gerada pelos demais gases do efeito estufa, a diminuição considerável de áreas verdes na superfície do palneta e o aumento das áreas urbanizadas, ainda está em discussão no meio acadêmico se as causas do aumento da temperatura média da troposfera são realmente decorrentes da ação humana.
Entretanto, precisa-se considerar o clima urbano em relação à qualidade de vida, visto que a maior parte das pessoas vivem nas cidades, pois o desconforto térmico gerado pela densidade de materiais de concreto e a falta de áreas verdes cujas estas favorecem a permanência da umidade nos espaços urbanos e pode amenizar os impactos causados na composição do ar pela concentração de gases da queima de combustíveis fósseis. Além do conforto térmico e qualidade de vida, outro canal de percepção é a qualidade do ar e os meteoros de impacto que podem resultar em enchentes, alagamentos e danos às infraestruturas pelo volume de precipitações em períodos de verão no clima tropical
Assim é fundamental a gestão urbana em prol de um planejamento das cidades apoiado na Geoinformação capaz de mapear o uso e ocupação do solo e os aspectos geomorfológicos do sítio urbano como ocorre nas regiões serranas do Brasil e elaboração de cartogramas de monitoramento das condições meteorológicas.
Além dos aspectos de alterações no clima urbano, as condições de degradação ambiental podem gerar mudanças locais e até regionais no campo, como podemos citar o processo de desertificação no semiárido nordestino brasileiro cuja redução da vegetação do bioma Caatinga favorece a redução da umidade retida no solo. Outro aspecto são os períodos de estiagem prolongada nas regiões Sul e Nordeste do país decorrentes da dinâmica do fenômeno Enos (Oscilação Sul).
REFERÊNCIAS
MONTEIRO, C.A.F. Clima e excepcionalismo: conjecturas sobre o desempenho da atmosfera como fenômeno geográfico. Florianópolis: Editora da UFSC, 1991.
SANT'ANNA NETO, J.L.; NERY, J. Variabilidade e mudanças climáticas no Brasil. In: OLIVEIRA, A. M. S.; OLIVEIRA, P. E.; SUGUIO, K.; SOUZA, C. R. G.
(org.) Quaternário do Brasil.
Ribeirão Preto: Holos, 2005