Nesta vídeo-aula o prof. Alyson Bueno Francisco apresenta os conceitos introdutórios em Geologia e Geomorfologia, principalmente sobre o tempo geológico e as metodologias aplicadas para o ensino da Geologia e da Geomorfologia.
Cartografar
Neste blog são apresentados mapas e textos sobre análises sobre diversos aspectos sociais, econômicos e ambientais de diversas regiões do planeta.
terça-feira, 9 de setembro de 2014
Teorias e métodos em Geomorfologia
Nesta vídeo-aula o prof. Alyson Bueno Francisco apresenta a evolução da ciência geomorfológica, considerando as diferenciações das escolas anglo-americana e germânica. Além disso, são apresentadas considerações sobre as escalas de análise em Geomorfologia. É recomendado para alunos dos cursos de graduação em Geografia e demais áreas que possuem a Geomorfologia como disciplina na grade curricular.
As estruturas e as formas do relevo brasileiro
Neste vídeo o prof. Alyson Bueno Francisco apresenta importantes conceitos sobre as estruturas e formas do relevo brasileiro, considerando as classificações apresentadas por Aziz Ab'Sáber e Jurandyr Ross. É uma vídeo-aula voltada para graduandos em Geografia e demais áreas que possuem a disciplina de Geomorfologia em sua grade curricular.
domingo, 29 de dezembro de 2013
Mudanças climáticas e variabilidade climática
Prof. Msc. Alyson Bueno Francisco
Recentemente a discussão sobre o aumento da temperatura média global da troposfera ganha espaço nas Geociências e a Geografia desempenha papel fundamental nas questões sobre a variabilidade e as mudanças no clima. Em decorrência das transformações no ambiente, a ação humana pode afetar o clima na escala local, como ocorre na geração das ilhas de calor nas grandes e médias cidades pelas trocas de matéria e energia entre a atmosfera e as edificações e os impactos causados pela impermeabilização do solo com a formação de enchentes em períodos de chuvas concentradas em grandes cidades como São Paulo. Neste contexto, o clima na escala global não é influenciado diretamente pelas ações humanas no ambiente, mas pela intensidade da radiação solar, partículas sólidas emitidas na atmosfera em escala regional pelas erupções vulcânicas, alterações no campo magnético da Terra e alterações na dinâmica geológica do planeta (calor geotérmico, ex.) são exemplos de dinâmicas no balanço de energia na escala global que afetam a escala das variabilidades climáticas na escala do tempo geológico.
No entender de Carlos Augusto de Figueiredo Monteiro em Clima e Excepcionalismo, deve-se distinguir as mudanças no clima na escala geológica daquelas de curta duração que ocorrem num período de tempo perceptível na escala humana.
De acordo com Sant'Anna Neto e Nery (2000), a variabilidade climática do período Quaternário foi marcada por períodos glaciais em média com 100 mil anos cada, intercalados por períodos interglaciais de 20 mil anos em média. A última idade do gelo (Würm) terminou há 10 mil anos e a partir desta ocorreram dois períodos de 'ótimo' climático, um entre 5.500 e 2.500 a.C. e outro entre 200 e mil anos d.C. Entre 1550 e 1850 foi notada uma pequena idade do gelo no Hemisfério Norte.
A partir do início do séc. XX inúmeras estações meteorológicas passaram a registrar de forma contínua o monitoramento das condições meteorológicas, em diversas regiões do planeta, mas ocorre uma concentração do número de estações em áreas urbanizadas e estas ao sofrerem interferência do clima urbano podem induzir em médias globais que não representam todo os espaço, inclusive pela ausência de dados em inúmeras áreas rurais, de florestas intocadas ou até mesmo superfícies oceânicas.
Neste contexto, apesar da concentração de dióxido de carbono na atmosfera terrestre ter aumentado em aproximadamente 33% no últimos 150 anos (de 280 ppm em 1850 para 380 ppm em 2005), além da poluição gerada pelos demais gases do efeito estufa, a diminuição considerável de áreas verdes na superfície do palneta e o aumento das áreas urbanizadas, ainda está em discussão no meio acadêmico se as causas do aumento da temperatura média da troposfera são realmente decorrentes da ação humana.
Entretanto, precisa-se considerar o clima urbano em relação à qualidade de vida, visto que a maior parte das pessoas vivem nas cidades, pois o desconforto térmico gerado pela densidade de materiais de concreto e a falta de áreas verdes cujas estas favorecem a permanência da umidade nos espaços urbanos e pode amenizar os impactos causados na composição do ar pela concentração de gases da queima de combustíveis fósseis. Além do conforto térmico e qualidade de vida, outro canal de percepção é a qualidade do ar e os meteoros de impacto que podem resultar em enchentes, alagamentos e danos às infraestruturas pelo volume de precipitações em períodos de verão no clima tropical
Assim é fundamental a gestão urbana em prol de um planejamento das cidades apoiado na Geoinformação capaz de mapear o uso e ocupação do solo e os aspectos geomorfológicos do sítio urbano como ocorre nas regiões serranas do Brasil e elaboração de cartogramas de monitoramento das condições meteorológicas.
Além dos aspectos de alterações no clima urbano, as condições de degradação ambiental podem gerar mudanças locais e até regionais no campo, como podemos citar o processo de desertificação no semiárido nordestino brasileiro cuja redução da vegetação do bioma Caatinga favorece a redução da umidade retida no solo. Outro aspecto são os períodos de estiagem prolongada nas regiões Sul e Nordeste do país decorrentes da dinâmica do fenômeno Enos (Oscilação Sul).
REFERÊNCIAS
De acordo com Sant'Anna Neto e Nery (2000), a variabilidade climática do período Quaternário foi marcada por períodos glaciais em média com 100 mil anos cada, intercalados por períodos interglaciais de 20 mil anos em média. A última idade do gelo (Würm) terminou há 10 mil anos e a partir desta ocorreram dois períodos de 'ótimo' climático, um entre 5.500 e 2.500 a.C. e outro entre 200 e mil anos d.C. Entre 1550 e 1850 foi notada uma pequena idade do gelo no Hemisfério Norte.
A partir do início do séc. XX inúmeras estações meteorológicas passaram a registrar de forma contínua o monitoramento das condições meteorológicas, em diversas regiões do planeta, mas ocorre uma concentração do número de estações em áreas urbanizadas e estas ao sofrerem interferência do clima urbano podem induzir em médias globais que não representam todo os espaço, inclusive pela ausência de dados em inúmeras áreas rurais, de florestas intocadas ou até mesmo superfícies oceânicas.
Neste contexto, apesar da concentração de dióxido de carbono na atmosfera terrestre ter aumentado em aproximadamente 33% no últimos 150 anos (de 280 ppm em 1850 para 380 ppm em 2005), além da poluição gerada pelos demais gases do efeito estufa, a diminuição considerável de áreas verdes na superfície do palneta e o aumento das áreas urbanizadas, ainda está em discussão no meio acadêmico se as causas do aumento da temperatura média da troposfera são realmente decorrentes da ação humana.
Entretanto, precisa-se considerar o clima urbano em relação à qualidade de vida, visto que a maior parte das pessoas vivem nas cidades, pois o desconforto térmico gerado pela densidade de materiais de concreto e a falta de áreas verdes cujas estas favorecem a permanência da umidade nos espaços urbanos e pode amenizar os impactos causados na composição do ar pela concentração de gases da queima de combustíveis fósseis. Além do conforto térmico e qualidade de vida, outro canal de percepção é a qualidade do ar e os meteoros de impacto que podem resultar em enchentes, alagamentos e danos às infraestruturas pelo volume de precipitações em períodos de verão no clima tropical
Assim é fundamental a gestão urbana em prol de um planejamento das cidades apoiado na Geoinformação capaz de mapear o uso e ocupação do solo e os aspectos geomorfológicos do sítio urbano como ocorre nas regiões serranas do Brasil e elaboração de cartogramas de monitoramento das condições meteorológicas.
Além dos aspectos de alterações no clima urbano, as condições de degradação ambiental podem gerar mudanças locais e até regionais no campo, como podemos citar o processo de desertificação no semiárido nordestino brasileiro cuja redução da vegetação do bioma Caatinga favorece a redução da umidade retida no solo. Outro aspecto são os períodos de estiagem prolongada nas regiões Sul e Nordeste do país decorrentes da dinâmica do fenômeno Enos (Oscilação Sul).
REFERÊNCIAS
MONTEIRO, C.A.F. Clima e excepcionalismo: conjecturas sobre o desempenho da atmosfera como fenômeno geográfico. Florianópolis: Editora da UFSC, 1991.
SANT'ANNA NETO, J.L.; NERY, J. Variabilidade e mudanças climáticas no Brasil. In: OLIVEIRA, A. M. S.; OLIVEIRA, P. E.; SUGUIO, K.; SOUZA, C. R. G.
(org.) Quaternário do Brasil.
Ribeirão Preto: Holos, 2005
Brasil: indicadores populacionais, educacionais, emprego e renda
Prof. Msc. Alyson Bueno Francisco
O Brasil é um país dotado de diversidades
regionais e marcantes disparidades entre seus estados e suas macrorregiões.
Apesar as melhorias das condições de vida pelo crescimento econômico nas
últimas décadas e geração de emprego e renda, o país ainda enfrenta sérios
problemas sociais, principalmente nos setores de saúde e educação. Através da
cartografia pode-se analisar as desigualdades regionais existentes neste
indicadores sociais e educacionais.
Entre as décadas de 1950 e 1980 o país sofreu um
processo de êxodo rural, no qual entre as décadas de 1960 e 1970 a população
urbana superou a população rural, tornando o país urbano-industrial.
Atualmente, algumas regiões do interior do Nordeste e Norte possuem populações
urbanas entre 70 e 80%, ao passo que em algumas regiões metropolitanas do
Sudeste a população urbana é de quase 99%, e acima de 95% no interior dos
estados mais industrializados. O mapa da figura 01 mostra a distribuição do
percentual de população urbana no país.
Figura 01 -
Mapa da população urbana no Brasil. Org.: Francisco (2013).
Além do crescimento vertiginoso
da população urbana, as mudanças na qualidade de vida com a urbanização
elevaram a expectativa de vida e a queda da taxa de fecundidade de 6 filhos por
mulher em média na década de 1940 para apenas 2 filhos por mulher na década de
1990, favoreceram o envelhecimento da população brasileira. Estes aspectos
foram mais nítidos nas regiões com maior crescimento econômico urbano que
ofereceram mais oportunidades de emprego para as mulheres trabalharem fora do
ambiente familiar. O mapa da figura 02 mostra a distribuição geográfica do
envelhecimento populacional nos estados brasileiros.
Figura 02 - Mapa do
envelhecimento populacional brasileiro. Org.: Francisco (2013).
Apesar das melhorias na qualidade
de vida em comparação entre o Brasil agrário-rural para o Brasil
urbano-industrial, ainda apresentam-se sérias deficiências nos sistemas
públicos de saúde e educação. Apesar do aumento do número de alunos
matriculados em todos os níveis de ensino, o Brasil ainda deixa a desejar pela
falta de incentivo à carreira de professores, falta de tecnologia e estrutura
adequada nas escolas do interior do país, situações que tornam o ensino
brasileiro atrasado em relação até mesmo diante de vizinhos latino-americanos.
O mapa da figura 03 mostra a distribuição do percentual de crianças com idade
em nível de ensino abaixo do aconselhável para seu desenvolvimento educacional,
com destaque para altos percentuais nos estados nordestinos como Alagoas,
Paraíba e Piauí.
Figura 03 - Mapa do
atraso educacional no Brasil. Org.: Francisco (2013).
Em relação à saúde infantil ainda
persiste a subnutrição no interior do semiárido nordestino, principalmente pela
alta concentração de renda e o efeito das secas severas para a agricultura nas
áreas rurais do Nordeste, refletem numa população infantil com carência de
nutrientes básicos e consequente mau desenvolvimento até nos adultos. O mapa da
figura 04 mostra a distribuição do percentual de crianças abaixo do peso
recomendado nas capitais estaduais.
Figura 04 - Mapa de
subnutrição nas capitais estaduais. Org.: Francisco (2013).
Se em algumas regiões temos o problema da subnutrição
infantil devida concentração de renda, falta de acesso aos hortifrutigranjeiros
e falta de recursos destinados à educação e apoio educacional, em centros
urbanos começa a se tornar preocupante a obesidade infantil e os futuros
problemas que serão gerados à saúde pública pelas doenças cardiovasculares. O
aumento do consumo de alimentos industrializados e a influência da cultura do
fast food atinge a população abaixo dos 40 anos no Brasil, população esta que
se tornou sedentária com os modos de vida nas cidades. O mapa da figura 05
mostra o percentual de crianças obesas matriculadas na 9ª série do ensino
fundamental nas capitais estaduais.
Figura 05 - Mapa da
obesidade infantil no Brasil. Org.: Francisco (2013).
Em relação aos aspectos de
econômicos, a desigualdade de renda no Brasil é uma das maiores no Mundo, sendo
mais gritante nos estados das macrorregiões Nordeste e Norte, sendo o caso
específico do Distrito Federal a maior desigualdade do país devido altos
salários dos políticos e cargos federais em contraposição aos baixos salários
dos trabalhadores que prestam serviços na cidade de Brasília e cidades-satélite.
O mapa da figura 06 mostra a distribuição da desigualdade de renda no Brasil,
cujo índice foi calculado pela razão da média salarial dos 20% mais ricos sobre
a média salarial dos 20% mais pobres.
Figura 06 - Mapa da
desigualdade de renda no Brasil. Org.: Francisco (2013).
Sobre as doenças endêmicas no
Brasil, a dengue está presente principalmente na região Centro-Oeste, com menores
incidências na macrorregião Sul devido clima subtropical e setores do semiárido
nordestino pela baixíssima pluviosidade regional. O mapa da figura 07 mostra a
distribuição das incidências de dengue no país.
Figura 07 - Mapa da
incidência de dengue no Brasil. Org.: Francisco (2013).
Em relação às condições de trabalho, o Brasil foi
o último país da América a abolir a escravidão e em pleno século XXI ainda
existem formas de trabalho escravo no país, principalmente em regiões onde a
atuação do Estado de Direito é incipiente como no interior da Amazônia e em
regiões de centros urbanos onde estas formas de trabalho escravo são mantidas
graças à corrupção de agentes públicos. Pode-se exemplificar os casos do estado
do Pará, apenas no ano de 2011, onde mais de 500 trabalhadores foram libertos
das condições de escravidão em carvoarias e exploração de madeira. Até mesmo
estados considerados desenvolvidos como São Paulo e Santa Catarina apresentam
exemplos de formas de trabalho escravo como ocorre com bolivianos em locais de
corte e costura na cidade de São Paulo e em Santa Catarina com a manutenção de
mulheres na prostituição. O mapa da figura 08 mostra a distribuição do número
de trabalhadores libertos das condições de escravidão em 2011.
Figura 08 - Mapa de remanescentes de
trabalho escravo no Brasil. Org.: Francisco (2013).
Outro fator recente nas relações de trabalho é o
crescente aumento do fenômeno de terceirização e subcontratação de
trabalhadores no Brasil. As conquistas trabalhistas alcançadas com a
promulgação da Consolidação das Leis do Trabalho foram aos poucos
desrespeitadas pelas grandes empresas e a recente política neoliberal
enfraqueceu a atuação dos sindicatos e favoreceu as formas de contratação mais
flexíveis, provocando em sérios danos não apenas na qualidade de vida do
trabalhador brasileiro e de seus dependentes, bem como, a economia enfraqueceu
com o baixo poder aquisitivo já deturpado pelos anos de altas inflações e
crises financeiras na América Latina. O mapa da figura 09 mostra os percentuais
por município de trabalhadores com carteira assinada no Brasil.
Figura 09 - Mapa da
distribuição de trabalhadores com carteira assinada no Brasil.
Org.: Francisco
(2013).
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